quarta-feira, 4 de maio de 2016

Segundo a mitologia o responsável pela criação do mundo é o Deus Tupã, que é representado pelo trovão; segundo as tradições ele e a deusa Araci, representada pela Lua, desceram na região de Areguá (cidade de artesanatos localizada no Paraguai), e de lá criaram os rios, as florestas, os mares, os animais, as estrelas e o primeiro casal, Rupave e Sipave, respectivamente, “pai e mãe dos povos”. Deste casal analogia bem semelhante ao casal Adão e Eva, concordam, nasceram vários filhos, que “fundaram” o povo guarani (Vinicius Cabral, 2012). Antigamente e ainda hoje em dia esse povo vive em grande parte da América do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai principalmente. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, os Guarani habitam territórios próximos ao litoral.Eles dividem terras indígenas com outros povos, principalmente os Kaingang. Além disso, na Terra Indígena Xamboiá, no Tocantins, habitam índios Guarani Mbya e Karajá, e na Reserva Indígena Nova Jacundá, localizada no Pará, vivem os Guarani Mbya.
Costumes, língua e tradições do povo
A língua denominada Guarani é falada por todos os grupos, inclusive os do Paraguai, Argentina, Uruguai, e Bolívia. As variações dessa linguagem são apenas na pronúncia e nas sílabas tônicas, de acordo as culturais dos próprios falantes da língua Guarani. A escrita em língua guarani é algo polêmico, em aldeias Mbya por exemplo, há implantações de escolas bilíngues, criação conjunta dos NEIs (Núcleo de Educação Indígena) Secretarias Estaduais de Educação e ao MEC. As crianças que vêm sendo alfabetizadas em guarani são muito novas e devido a isso acabam perdendo a fluência da língua materna. Além disso esses índios conservam uma linguagem diferenciada e bem elaborada para os seus rituais, como “ayvu porã” que significa “belas palavras”, pronunciada em ocasiões especiais.
Esses povos tinham vários costumes, entre eles podemos citar a agricultura cultivando principalmente milho, batata doce, aipim, amendoim, erva mate, eles alimentavam-se exclusivamente de alimentos retirados da natureza, peixes, carnes de animais, frutos, legumes; também tinham uma maneira diferente de expressar seus sentimentos, que era através da música e dança. No artesanato objetos feitos de madeira e argila, fazem também tecelagens com pedaços de peles como cobras, onças e outros, além de objetos de arte, potes e vasos de cerâmica, máscaras, colares, que são feitos pelas mulheres das tribos.
Cotidiano
O povo Guarani leva em conta sua cultura milenar, baseada em seus ancestrais, na sua história e com a com a organização de "ñanderekó, nanderekó, arandu" que seria sua visão do mundo e usam a espiritualidade como religião há séculos.
É um povo guerreiro e combativo sobre suas convicções culturais, protegem a cultura de seus ancestrais, que seriam baseados na sua língua indígena, chamada Tupi Guarani e que é usada até hoje por eles.
Sua essência de vida a prática que eles chamam de “caminhar” que na língua guarani seria “guata”, significa evoluir e se fortalecer espiritualmente, esse “caminhar” representa o movimento migratório dos Guarani desde a colonização, se justifica pelo yvý opa, que seria a busca de uma terra sem o mal, definido como uma terra que vivemos com dignidade, sem nenhuma interferência, segundo eles, um paraíso mítico.
Viviam em vales dos rios Madeira e Xingu, depois migraram para a foz do Rio Amazonas e do litoral para o sul, isso foi no inicio da era cristã por volta do ano 1000, mas hoje vivem em pequenas reservas, acampamentos à beira das rodovias ou ainda habitam espaços isolados.
Suas principais atividades econômicas são a confecção e venda de artesanatos, cestaria com taquara e cipó, estátuas em madeira e colares com sementes nativas, e também á a coleta de raízes, ervas e frutos silvestres e o plantio de suas sementes tradicionais.
Há 3 aspectos que forma e cria um “modo de ser Guarani”
·       ava ñe'ë - ava: significa pessoa guarani, homem e ñe'ë é a palavra que confunde com “alma” ou “fala” que define identidade na comunicação verbal
·       tamõi que significa “avô” ou ancestrais míticos comuns
·       ava reko significa ser, estar, costume, lei e hábito ou comportamento na sociedade.
Estes aspectos fazem o “ava” que seria o homem Guarani a entender o mundo que o cerca, levando como uma referência para sua conduta social.
Contato com não-índios
Com o contato com os "brancos" estes povos foram adquirindo novos produtos, e saberes, além dos costumes dos seus antepassados . Vivemos em uma sociedade muito influenciada por tradições culturais, então á muitas características em comum com “nós brasileiros”. O fato dos indígenas terem tido um contato com a nossa sociedade trouxe várias mudanças, como as culturas, que mesmo sem uma influência de fora vai mudando a cada dia. Uma coisa preocupante são os povos que perderam suas línguas maternas e, hoje, só falam o português. Mas mesmo com todas essas relações dos não-índios e índios não podemos negar que os povos mantêm suas identidades, seus grupos étnicos diferenciados, e suas próprias tradições.
Problemas Enfrentados Pelos Índios

Um dos maiores problemas enfrentados pelos índios, que não é de hoje, sempre esteve presente, são suas terras, que sempre são “roubadas”. Isso começa lá 1500, quando os portugueses decidiram colonizar o Brasil, se apossando das terras dos índios e tentando “educá-los” obrigando eles a se adequarem ao padrão de ser humano da época, roubaram não somente suas terras como também seus costumes, tentaram roubar suas crenças por meio dos jesuítas. Como já dizia Renato Russo “Quem me dera, ao menos uma vez, que o mais simples fosse visto como o mais importante. Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente”. Mesmo “homem branco” tendo tirado tudo que o índio tinha, o mesmo quer sempre mais, um exemplo disso é o que ainda veem acontecendo muito.
No Brasil quando se fala em Terras Indígenas, devemos lembrar das leis. Está presente na CF (Constituição Federal) de 1988 destaca que “os índios são os primeiros e naturais senhores da terra. Esta é a fonte primária de seu direito, que é anterior a qualquer outro. Consequentemente, o direito dos índios a uma terra determinada independe de reconhecimento formal” citase no parágrafo primeiro do artigo 231. E não pense que isso ocorre apenas em outros estados como vemos na mídia, que nos manipula para acharmos que os índios não estão próximos na nossa realidade, não é só na Amazônia como mostram os filmes e novelas na globo, um exemplo é o que ocorreu no município de Palhoça -SC no dia 1 de novembro nesse ano, ou seja, muito recentemente, “a Terra Indígena Morro dos Cavalos, localizada no município de Palhoça – SC continua sendo massacrada pelo opressor mesmo sendo reconhecida pela Portaria Demarcatória no 771/MJ/2008 como ocupação tradicional indígena”.
Os índios vem lutando contra essas invasões com ajuda da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) pelo direito de suas terras, como esse desfecho da notícia, os índios não usam agressão, lutam por a posse de seus bens pelos meios jurídicos, às vezes demoram muito e para isso eles fazem protestos e se mobilizam.
Curiosidades:
  1. Atualmente o Paraguai é o país com a maior população dos índios Guarani, em terceiro lugar o Brasil, onde estes povos estão espalhados pelos estados do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
  2. O termo “guarani” que significa “guerreiro” não era usado, eles eram identificados por elementos da natureza onde estavam próximos, isso para a própria tribo e pelos portugueses e espanhóis. Só passaram a ser identificados por Guaranis quando foi descoberto a raiz linguística, tupi-guarani.
  3. A Mata Atlântica tem especial importância para aqueles do subgrupo Mbya, pois eles acreditam que a Mata Atlântica é um local de busca de espaços sagrados de convivência (os Ivy marãey ou Terra sem mal).
Referências
LADEIRA, Maria Inês. Guarani Mbya - 2003.Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/guarani-mbya>. Acesso em:19 nov. 2015.
Os Guaranis - 2015. Disponível em: <http://www.survivalinternational.org/povos/guarani>. Acesso em:19 nov. 2015.
CABRAL, Vinicius. Os Guaranis - 2012. Disponível em: <http://www.historiazine.com/2012/04/os-guaranis.html>. Acesso em:19 nov. 2015.
CESARINO, Pedro de Niemeyer. Costumes dos Índios Brasileiros - 2004. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/indios/costumes_indios.htm>. Acesso em:19 nov. 2015.
POTIGUARA, Eliane. O povo Guarani - 2002. Disponível em: <http://www.partes.com.br/ed26/reflexao.asp>. Acesso em:19 nov. 2015.
DESCONHECIDO. Guaranis - 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Guaranis>. Acesso em:19 nov. 2015.
Autoria
Ana Laura Mardula
Ana Paula Candão Lopes
Jessica Lanhi e
Reneta Bilhan

Estudantes da turma EMI TST 2015

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